Preço do Café pode chegar a 25% de aumento no Varejo nos próximos meses
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Foto Divulgação / Internet |
A demanda dos consumidores na compra do café pode diminuir drasticamente nos próximos meses motivados pelos aumentos constantes do produto. A alta atual mais longa registrada desde a década de 1970.
Os preços absurdos praticados na venda do café já estão prejudicando a demanda por parte dos consumidores, que invariavelmente, são a parte mais prejudicada em todos os aumentos do preço da oferta para consumo ou contratação de serviços. Segundo, Andrea Illy, presidente da torrefadora italiana Illycaffè SpA ao portal internacional Bloomberg;
“a recente alta vertiginosa do café pode elevar o percentual de aumento a até 25% nos próximos meses”
O portal Bloomberg, destaca que o aumento exorbitante dos preços já prejudicou a demanda nos principais mercados e está começando a conter o crescimento do consumo, antes forte e em expansão, nas economias emergentes.
Em termos de bolsa de valores, a constante preocupação com o fornecimento global de café está sustentando os preços nas bolsas internacionais. Nos últimos 12 meses, as cotações futuras do café arábica registraram um aumento de mais de 90%, atingindo um novo recorde a cada nova sessão na bolsa de Nova York.
De acordo com relatório da Pine Agronegócios, os sinais de “destruição” de demanda ainda são menores do que os de resiliência. Porém, se o preço do café continuar a subir de forma sustentável, este aumento deve atingir o consumidor em todos os destinos, e no Brasil este impacto pode ser ainda maior.
“O custo de reposição deve gerar uma nova onda de alta nos supermercados, com a finalização dos estoques comprados a R$ 45/kg, terão uma reposição de R$ 60/kg, sendo assim, acreditamos que teremos entre 15% a 30% de alta ao consumidor final, bastando apenas o novo estoque chegar aos supermercado. Lembrando que o repasse da alta ocorrida em novembro e dezembro de 2024 ainda nem ocorreu 100% ao consumidor”, destacou ainda o documento.
O Brasil, em janeiro de 2025, exportou 3,977 milhões de sacas de café. Em comparação com o ano que passou no mesmo período, ouve uma leve redução de 1,6% percentual. Já em termos de receita, sobe 60% no mesmo comparativo, para US$ 1,3 bilhão.
De acordo com relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país embarcou um total de 3,977 milhões de sacas de 60 kg do produto somente em janeiro de 2025.
O presidente da entidade, Márcio Ferreira, justifica que o Brasil por estar no período de entressafra, enfrentando intensos gargalos logísticos, pode se considerar como boa a performance das exportações, em janeiro, quando comparadas com o mesmo período de 2024. Já o incremento na receita cambial, na casa dos 60%, ratifica o efeito das altas dos preços que já vem desde longo período”.
Tipos de Café
Em janeiro, o café arábica, com a emissão de 3,278 milhões de sacas ao exterior, permaneceu como o mais exportado pelo Brasil. Esse volume equivale a 82,4% do total embarcado, mesmo implicando leve queda de 0,3% frente a janeiro de 2024. Na sequência, vieram os cafés canéforas (conilon + robusta), apesar de recuo de 28,9 pontos percentuais na comparação anual.
No primeiro mês deste ano, o país remeteu 328.074 sacas ao exterior dessa espécie, o que gerou uma representatividade de 8,3% nas exportações totais.
Os segmentos do café solúvel, com 365.598 sacas – avanço de 24,8% e 9,2% do total –, e do produto torrado e torrado e moído, com 4.968 sacas (+156,6% e 0,1% de representatividade), completaram a lista.
“Os cafés industrializados puxaram a fila do bom desempenho em janeiro...”
Todavia, não podemos deixar de notar a redução no volume dos canéforas, motivada, principalmente, pelo fato de o café concorrente do Vietnã, desde a entrada da safra, em novembro, ter se tornado bem mais competitivo em termos de preço.
Esse movimento deve continuar nos próximos meses, no mínimo, até a colheita da safra nacional de conilon e robusta, em maio”, comenta Ferreira.
Principais Destinos
Os Estados Unidos foram o principal destino dos cafés do Brasil no mês passado, com a importação de 713.348 sacas, o que equivale a 17,9% do total e implica crescimento de 3,1% na comparação com janeiro de 2024.
A Alemanha, com 11,5% de representatividade, adquiriu 457.569 sacas (-35%) e ocupou o segundo lugar no ranking.
Na sequência, vieram Itália, com a importação de 262.809 sacas (+31,2%); Japão, com 247.840 sacas (+15,5%); e Bélgica, com 206.283 sacas (-50,4%).
Mesmo com os cafés vietnamitas e indonésios mais competitivos que os canéforas nacionais em janeiro, o Brasil ainda ampliou seus embarques de café verde para ambos os destinos asiáticos, em 387,2% (51.963 sacas) e 95,3% (37.562 sacas), respectivamente.
O café, produção e importância econômica no Brasil
Reconhecido mundialmente como o maior produtor e exportador de café, o Brasil ocupa uma posição central no mercado global da cafeicultura, o que reflete na produção global e influencia os preços.
O ciclo do café, que se iniciou por volta de 1800, foi responsável por transformar economicamente o Brasil, especialmente a região Sudeste. Entre os séculos XVIII e XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação do país, responsável por grande parte da receita nacional e contribuindo para a transformação econômica e social, incluindo o desenvolvimento de infraestrutura, como ferrovias e portos.
Embora atualmente não seja o produto agrícola brasileiro com maior volume de exportação, o café permanece sendo um pilar econômico, consolidando o Brasil como líder mundial na produção.
Fontes de pesquisa:
Site: Notícias Agrícolas
Site: Mais Agro